A caderneta de poupança acumula, até maio de 2015, o pior resultado em 12 meses desde outubro de 2003, segundo estudo divulgado ontem pela consultoria Economática. A aplicação tem perda real (rendimento abaixo da variação da inflação) de 1,06% no período entre 1º de junho de 2014 e 31 de maio de 2015. No mês passado (maio), a perda real foi de 0,12%, a sexta perda mensal seguida.
Neste ano (janeiro a maio), a queda real é de 2,15%. Em 12 meses a rentabilidade da poupança só ganha da Bolsa de Valores, que acumula perda real de 5,07%, informou a consultoria, que usou como referência o IPCA, índice oficial de inflação brasileira. Segundo simulação da consultoria, uma aplicação de R$ 100 mil na poupança rende, no fim de 12 meses, um retorno líquido de R$ 7.700.
Um CDB renderia no mesmo período R$ 13.088 líquidos. O desempenho ruim da aplicação financeira mais usada pelos brasileiros se reflete na captação do investimento. Em maio, os saques superaram os depósitos em R$ 3,199 bilhões, segundo o Banco Central.
No acumulado do ano, a captação líquida da poupança está negativa em R$ 32,278 bilhões. Houve mais retiradas do que depósitos em todos os meses, sendo que o pior resultado foi registrado em março, quando a captação líquida foi negativa em nada menos que R$ 11,438 bilhões.
O valor foi um recorde na série histórica da autoridade monetária, iniciada em 1995. As perdas de recursos da poupança é fruto do baixo rendimento e também da conjuntura econômica, que tem feito o trabalhador gastar mais para poder manter suas contas em dia.