As exportações baianas tiveram recuo de 16,8% em novembro, quando atingiram US$ 664,8 milhões. A queda é a mais expressiva para o mês desde 2009, ano em que o estado e o país mais sofreram os impactos da crise financeira internacional que se agravou a partir de 2008. As informações são da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI/Seplan).
Os produtos exportados pelo estado se desvalorizaram em média 4% em novembro, comparados a igual mês do ano passado. A queda maior que a esperada de preços atingiu segmentos importantes da pauta baiana, como o de metais preciosos (ouro) que caiu 61% no mês passado; os produtos metalúrgicos (cobre) 26%; a soja,18%, a celulose, 16%; e os derivados de petróleo,10%. Esse último segmento, como consequência direta da queda de preços, reduziu em 77% os embarques no último mês, constituindo-se na maior contribuição negativa para o desempenho das vendas externas baianas no período.
Ao mesmo tempo em que sofre o impacto da queda de preços das commodities, a exportação de manufaturados também apresentou resultado negativo em novembro, com queda de 27%. Prejudicada nos últimos anos pela perda de competitividade sistêmica da indústria nacional, a venda desses produtos foi afetada durante todo o ano pela crise cambial e econômica na Argentina, pelo crescimento lento do restante da América Latina, pela renitente estagnação europeia e, mais recentemente, pela valorização mundial do dólar.
De janeiro a novembro, as exportações baianas – US$ 8,6 bilhões – acusam queda de 7,9% comparadas à igual período de 2013, influenciadas principalmente pela queda de 10% dos preços médios dos produtos exportados, que neutralizou parte importante do aumento de 2% no volume de embarque no período, ainda que, em novembro, eles também tenham declinado 13,4%.
“Em função do quadro de retração do mercado internacional, que deve continuar deprimindo a indústria baiana, fortemente voltada para as exportações, e a queda de preços das commodities, que reduziu a rentabilidade e os ganhos de receita principalmente do Agronegócio, a expectativa é que tenhamos, em 2014, exportações entre US$ 9 e US$ 9,2 bilhões, o que representa um recuo em torno de 8% em relação a 2013”, analisa Arthur Cruz, coordenador de Comércio Exterior da SEI..
IMPORTAÇÕES
As importações baianas em novembro tiveram crescimento de 7,6%, comparadas a novembro de 2013, alcançando US$ 846,2 milhões. O desempenho no mês passado interrompeu uma sequência de três meses de resultados negativos, que foram influenciados pelo fraco desempenho da produção industrial, que acusa queda de 4,8% no ano.
A recuperação em novembro foi impulsionada pelas compras de minério de cobre, que cresceram 98,2%, fertilizantes em 21% e bens de capital em 6,7%. Puxado pelo aumento de vendas para os EUA nos últimos meses, as importações de insumos para a indústria química também cresceram 3,7%, indicando que o pior da atividade na indústria baiana ficou para trás.
No ano, até novembro, as importações chegam a US$ 8,4 bilhões, com crescimento de 4,1% comparadas a Jan/Nov de 2013. Os produtos que mais pressionaram as importações em 2014 foram os combustíveis com crescimento de 26,4%, cacau em amêndoa (160%), fertilizantes (18%), Grafita artificial (228%), e minério de cobre (4,8%).
Pelo segundo mês consecutivo a balança comercial apresentou déficit. Em novembro ele foi de US$ 181,3 milhões. No ano, entretanto, o saldo é positivo em apenas US$ 229,2 milhões, 82,3% inferior ao mesmo período do ano passado.