A confiança do comércio teve em julho a primeira evolução relativamente favorável desde fevereiro, apesar de o indicador que mede esse sentimento continuar no terreno negativo, apontou a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O Índice de Confiança do Comércio (Icom) caiu 6,3% no trimestre encerrado em julho, na comparação com o mesmo período de 2013. A retração é ligeiramente menor do que aquela apurada no trimestre fechado em junho, de 6,4%. O resultado se deve a uma combinação de melhora nas expectativas e piora na avaliação do momento presente pelos empresários.
De acordo com a FGV, enquanto o Índice de Expectativas (IE-COM) passou de 6,0% no trimestre até junho para recuo 4,7% nos três até julho — sempre na comparação com os mesmos trimestres de 2013 — o Índice da Situação Atual (ISA-COM) passou de baixa de 7,1% para decréscimo de 8,9%.
O superintendente-adjunto de Ciclos Econômicos da FGV/Ibre, Aloisio Campelo destacou, em nota que após a desaceleração mais forte do comércio, em função dos feriados relacionados à Copa do Mundo, o setor parece esperar recuperação das vendas nos próximos meses. “O cenário, embora factível, não altera o quadro de baixo crescimento que vem caracterizando o comércio em 2014”, diz.
A melhora relativa das expectativas ocorreu de forma mais significativa nos segmentos que observaram as maiores quedas de confiança nos meses anteriores. Em veículos, motos e peças o índice de expectativas passou de recuo de 16,4% no trimestre findo em junho para declínio de 9,8% nos três meses terminados em julho. Em material para construção, passou de -11,5% para -9,8%. Sem esses dois segmentos, o varejo teve ligeira piora relativa das expectativas, com taxas negativas passando de 3,7% para 4,6% no trimestre fechado em julho.
Em relação ao momento presente, na média do trimestre findo em julho, 12,5% das empresas consultadas avaliaram o nível atual de demanda como forte e 28,1%, como fraca. No mesmo período de 2013, estes percentuais haviam sido de 15,7% e 23%, respectivamente.