A queda de 2,4% no rendimento médio dos trabalhadores em julho ante igual mês do ano passado foi a sexta seguida nesse tipo de confronto, informou nesta quinta-feira, 20, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Uma sequência tão grande de recuos não era vista desde os anos de 2003 e 2004, quando a renda encolheu em termos reais por 16 meses consecutivos.
“Essa sequência que vemos agora está fundamentalmente ligada à aceleração da inflação e, em alguns meses, temos percebido queda no rendimento nominal. Mas não foi o caso desta vez”, explicou Adriana Beringuy, técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE. Em julho, o rendimento avançou 7,5% em termos nominais ante igual período do ano passado.
Em 12 meses até julho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que é empregado para deflacionar os indicadores de renda da Pesquisa Mensal de Emprego, acumulou alta de 9,81%, de acordo com o órgão. O indicador mensura a movimentação de preços percebida pelas famílias com renda mensal até cinco salários mínimos.
Entre os setores, as quedas mais intensas na renda, no interanual, ocorreram na construção (-9,6%), na indústria (-3,7%), no comércio (-3,6%) e nos serviços prestados às empresas (-3,3%).