O Comércio Varejista na Bahia registrou queda nas vendas de 5,4% no mês de junho de 2015, em relação a igual mês do ano passado. Apesar da desaceleração no ritmo de queda, confirmado com a taxa positiva de 0,2% para o ajuste sazonal, o setor ainda sofre intensamente os efeitos da retração na atividade econômica. Na mesma base de comparação, o varejo nacional apresentou queda de 2,7%. Os dados foram apurados pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada em âmbito nacional, e analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento.
A manutenção da trajetória de queda do comércio varejista, na Bahia, período em que as vendas costumam ser intensificadas em função da comemoração do São João, é atribuída à redução de confiança dos empresários e dos consumidores. A comemoração do Dia dos Namorados, terceira melhor data de faturamento do setor, também não conseguiu incrementar as vendas. Outro aspecto a ser ressaltado é a alta da inadimplência, uma vez que esgotaram a sua capacidade de pagamento, bem como a continuidade do aumento da inflação medido pelo IPCA.
Em junho de 2015, os dados do comércio varejista do estado da Bahia, quando comparados a junho de 2014, revelam que os ramos que compõem o Indicador do Volume de Vendas, com exceção de Outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,4%), apresentaram resultados negativos. Listados pelo grau de magnitude das taxas em ordem decrescente, têm-se: Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-18,9%); Móveis e eletrodomésticos (-11,2%); Tecidos, vestuário e calçados (-6,5%); Livros, jornais, revistas e papelaria (-6,1%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-5,8%); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-5,1%); e Combustíveis e lubrificantes (-2,0%).
Em junho, o segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-5,1%), segmento de maior peso para o Indicador de Volume de Vendas do Comércio Varejista foi responsável pela maior influência negativa na formação da taxa do varejo. Este desempenho negativo foi influenciado pelo menor poder de compra da população.
O segundo a contribuir negativamente para o volume de vendas foi à atividade de Móveis e eletrodomésticos (-11,2%). Esse comportamento reflete não somente a queda na renda disponível, a seletividade do crédito, mas também ao aumento das taxas de juros.
A terceira maior contribuição negativa veio do segmento Tecidos, vestuário e calçados (-6,5%), sendo o sétimo mês consecutivo a apresentar variação negativa. Esse comportamento é reflexo da restrição orçamentária das famílias, bem como a redução do ritmo da atividade econômica.
O comércio varejista ampliado, que inclui o varejo e mais as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, registrou, em junho, decréscimo de 3,9% nas vendas. Nos últimos 12 meses, a retração no volume de negócios foi de 3,3%.
O segmento de Veículos, motos, partes e peças registrou variação negativa de 1,6%, em relação a igual mês do ano anterior. O desempenho da atividade, em relação ao mesmo mês do ano anterior, continua refletindo o crédito mais seletivo por parte das financeiras. Embora o ritmo de queda nesse mês tenha se mostrado arrefecido, o nível de inadimplência, a gradual retirada dos incentivos via redução do IPI e a restrição orçamentária das famílias continua comprometendo essa atividade. Em relação ao segmento Material de Construção, também se observa queda de 5,0% nas vendas no mês de junho, quando comparado ao mesmo mês do ano de 2014, sendo reflexo das expectativas negativas sobre o quadro macroeconômico.