O volume de vendas do comércio varejista na Bahia manteve ritmo de crescimento moderado no mês de agosto. Nesse mês, o volume de negócios foi de 1,7%, em relação a igual mês no ano de 2013, ocupando a sétima posição em termo de magnitude para o Indicador do Volume de Vendas no país em relação às demais unidades federativas. A variação registrada pelo estado superou a nacional que registrou, na mesma base de comparação, a taxa negativa de 1,1%. Na análise sazonal, a comparação com o mês de julho indicou que o varejo na Bahia cresceu 1,2%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC/IBGE), analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI/Seplan).
O ritmo de crescimento arrefecido no volume de negócios realizados na Bahia se repete por três meses consecutivos, revelando que o setor passa por um momento de acomodação das vendas, dado as condições financeiras mais rígidas e frágil confiança empresarial e do consumidor. Nesse aspecto, um cenário adverso, marcado por alto grau de endividamento, somados a incertezas quanto ao comportamento da economia contribuíram para que as vendas decorrentes à comemoração do Dias dos Pais no mês de agosto não fosse tão satisfatórias.
Quando comparados a agosto de 2013, os dados revelam que quatro dos oito ramos que compõem o Indicador do Volume de Vendas apresentaram resultados positivos. Listados pelo grau de magnitude das taxas em ordem decrescente, têm-se: Outros artigos de uso pessoal e doméstico (16,9%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (16,0%); Combustíveis e lubrificantes (9,6%); e Livros, jornais, revistas e papelaria (2,4%); Registraram comportamento negativo: Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-19,7%); Móveis e eletrodomésticos (-10,2%); e Tecidos, vestuário e calçados (-5,2%). O segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo apresentou um comportamento relativamente estável (-0,4%).
O maior impulsionador das vendas na Bahia, em agosto, foi o segmento de Combustíveis e lubrificantes com a taxa de 9,6%. Esse comportamento na Bahia pode ser atribuído ao fato dos preços dos combustíveis apresentarem redução média de 2,5% no mês de agosto.
Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que registrou a taxa de 16,9%, foi o segundo maior impulsionador das vendas no comércio varejista da Bahia. Essa atividade, por englobar diversos segmentos como lojas de departamento, ótica, joalheria, artigos esportivos, brinquedos etc, que comercializam produtos de menor valor agregado, foi influenciada, no mês de agosto, pela comemoração do Dia dos Pais.
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, segmento de maior peso para o Indicador de Volume de Vendas do Comércio Varejista, foi influenciado, segundo informações do IBGE, pelo menor ritmo de crescimento da renda e pela elevada base de comparação.
Por outro lado, o desempenho do segmento de Móveis e eletrodomésticos (-10,2%) foi decisivo para arrefecer o ritmo de crescimento do comércio varejista na Bahia. O desaquecimento do consumo no ramo reflete o menor ritmo de crescimento do crédito com recursos livres, a baixa confiança e elevado grau de endividamento dos consumidores, além da retração natural por esses bens, após expressiva demanda nos últimos anos que ocorreu nesse segmento.
COMPORTAMENTO DO COMÉRCIO VAREJISTA AMPLIADO
O comércio varejista ampliado, que inclui o varejo e mais as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, apresentou em agosto decréscimo de 2,9% nas vendas. Nos últimos 12 meses a expansão no volume de negócios foi de 2,3%.
O segmento de Veículos, motos, partes e peças voltou a registrar variação negativa (-12,3%), em relação a igual mês do ano anterior. O desempenho da atividade, em relação ao mesmo mês do ano anterior, continua refletindo o crédito mais seletivo por parte das financeiras, diante do nível de inadimplência. Outro aspecto a ressaltar é que a conjuntura desfavorável desestimula o consumidor a comprometer o orçamento por um período mais longo. Em relação ao segmento Material de Construção também se observa recuo nas vendas (-7,0%) no mês de agosto, em relação ao mesmo mês do ano de 2013. Esse comportamento é resultado da menor disponibilidade de crédito.