Em 2016, o comércio varejista baiano vendeu 12,1% a menos que em 2015, percentual que é o quarto maior recuo entre os estados brasileiros. Das 27 unidades da federação, apenas Roraima registrou crescimento nas vendas, 1,2%, na comparação entre 2016 e 2015. À frente da Bahia estão: Amapá (-18,1%), Pará (-13,1%) e Rondônia (-12,3%). Nacionalmente, o omércio varejista recuou 6,2% no ano passado em relação a 2015. Este é o pior resultado do comércio varejista do país desde o início da série histórica, em 2001. Em 2015, o setor teve resultado negativo de 4,3%. Os dados fazem parte da Pesquisa Mensal do Comércio e foram divulgados na manhã de hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na comparação entre dezembro de 2016 com o mesmo mês do ano anterior, as vendas caíram em 25 dos 27 estados, com destaque para Pará (-12,6%), seguido por Mato Grosso (-12,4%) e Rondônia (-12,0%). E na comparação entre dezembro e novembro do ano passado, as vendas caíram em 26 estados, ficando estável (0,1%) apenas no Amapá. A média nacional aponta um recuo de 4,9% nesta base de comparação. Quando a relação é feita entre dezembro e novembro de 2016, as vendas caíram, em todo o Brasil, 2,1%.
No Comércio Varejista Ampliado, que agrega também as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, 26 das 27 unidades da federação registraram retração nas vendas. Apenas Roraima avançou, taxa de 0,7%. Na comparação entre dezembro de 2016 e o mesmo mês de 2015, 25 das 27 estados registraram aumento nas vendas: Roraima (5,5%) e Sergipe (2,6%).
Queda no varejo em 2016 teve perfil generalizado
A queda de 6,2% no volume de vendas do comércio varejista do país no ano passado, a maior da série histórica e superando a de 2015 que havia sido de 4,3% – a maior até então – teve perfil generalizado e atingiu as oito atividades que compõem o varejo, seis das quais registrando as quedas mais acentuadas de suas séries históricas.
O fraco desempenho do setor em 2016 teve como principal destaque o recuo de 3,1% do setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que registrou o seu pior desempenho desde os 4,8% de 2003. O setor exerceu a maior influência negativa na redução do total do varejo.
Segundo o IBGE, “a perda da renda real e o aumento de preços dos alimentos em domicílio, no mesmo período, foram os principais responsáveis pelo desempenho negativo do setor”.
Também se destacaram, móveis e eletrodomésticos (-12,6%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (-9,5%); combustíveis e lubrificantes (-9,2%); tecidos, vestuário e calçados (-10,9%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-2,1%); equipamentos e material de escritório, informática e comunicação (-12,3%) e livros, jornais, revistas e papelaria (-16,1%).
Outro setor com destaque negativo foi o de móveis e eletrodomésticos, que registrou recuo de 12,6%, menos acentuado do que no fechamento de 2015 (-14,1%), ainda assim contribuindo com o segundo maior impacto negativo na taxa anual do comércio varejista.
“Com uma dinâmica de vendas associada à disponibilidade de crédito e a evolução dos rendimentos, o resultado do setor, abaixo da média geral, foi influenciado principalmente pela elevação da taxa de juros nas operações de crédito às pessoas físicas e pela queda da massa real de rendimentos”, avaliaram economistas do IBGE.
Já o setor de combustíveis e lubrificantes, com queda de 9,2%, representou a quarta maior contribuição negativa no resultado anual do varejo. “Esse resultado, abaixo da média geral, foi influenciado pela já citada redução da massa real, além do impacto devido ao recuo do ritmo da atividade econômica”, disse o Instituto.
Apesar do caráter essencial de uso, artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, ao recuar 2,1% em 2016, teve o primeiro recuo da série histórica, iniciada em 2004.
Comércio Varejista Ampliado
Os dados do IBGE indicam que, ao fechar o ano passado com queda acumulada de 8,7% frente a 2015, o comércio varejista ampliado registrou a queda mais acentuada da série histórica. Na avaliação dos economistas do instituto, o resultado do comércio varejista ampliado reflete o comportamento das vendas de veículos, motos, partes e peças, que chegaram a cair 14% no ano passado e, ainda, do setor de material de construção, com queda de 10,7% sobre 2015.
As duas atividades são as que compõem o comércio varejista ampliado. Para o IBGE, os fatores que justificam este desempenho foram “a diminuição do ritmo de financiamentos, a elevação da taxa de juros e a restrição orçamentária das famílias”.