Existe um tema muito discutido entre os meios de comunicação na atualidade, a Educação Financeira para Crianças. Este tema está cada vez mais em evidência tendo em vista a necessidade de aprender a se planejar financeiramente o mais cedo possível.
Num mundo globalizado, onde as crises econômicas são tão recorrentes, elas sempre vêm e vão sem sabermos quando virão nem muito menos quando irão embora. É importante que o tema finanças pessoais seja cada vez mais discutido e ensinado, especialmente para as crianças que serão os gastadores do futuro.
A tecnologia, cada vez mais dinâmica, empurra as nossas crianças para um mundo de consumo jamais visto. Note a quantidade de crianças mais jovens, com idades de 3, 4, 5 anos plugadas na internet e os novos modelos de celulares e tablets que surgem todos os dias, onde os aparelhos adquiridos na semana passada já não são mais tão interessantes quanto os que foram lançados nesta semana; sem contar as redes sociais cada vez mais presentes nas vidas das nossas crianças que através de um simples clique se conecta com o resto do mundo e se comunica com o amigo que está na Indonésia ou nos Emirados.
Mesmo quando muito pequenas, desde que começam a impor sua vontade e isso começa bem cedinho, eu diria que logo após o primeiro ano de vida, a criança que antes aceitava tudo que lhe era imposto, agora começa a cobrar e exigir dos pais, principalmente através de gestos, que as suas vontades também sejam atendidas. Com o passar dos anos essa “cobrança” aumenta e surge então a fase de pedir dinheiro para comprar um doce na esquina, um lanche na escola e em seguida as mesadas que aumentam de valor conforme avança a idade.
Essas exigências, que se tornam mais intensas, estimuladas pela facilidade de crédito e apelos constantes da mídia, fazem com que a descoberta dos prazeres que o dinheiro proporciona, em especial o de comprar, torne estas crianças mais consumistas, sem, no entanto, terem a responsabilidade adequada e necessária para lidar com o vil metal. E aí, é fundamental a participação dos pais no processo de educação financeira dos filhos, afinal, poder gastar é muito bom, mas saber utilizar o dinheiro para que este prazer de gastar nunca acabe é ainda melhor.
Mas como educar os filhos financeiramente diante de tantos atrativos que levam ao consumo exacerbado e o pior, em famílias endividadas? A resposta é fácil, mesmo sabendo que a solução é difícil: gastar menos do que se ganha. Acreditem não existe quem prospere se não seguir esta regra básica da economia.
Desde cedo é necessário que os pais ensinem a seus filhos algumas regrinhas básicas para tratar com finanças, no entanto, existem duas que são fundamentais: a primeira, é que nem sempre as suas vontades poderão ser atendidas e a segunda, é que não se pode gastar mais do que se ganha e há que se fazer um sacrifício constante para que estas regras não sejam quebradas.
É evidente que pais com as finanças pessoais estruturadas e com melhor nível de instrução têm mais facilidade em educar seus filhos em relação ao mesmo assunto, porém, esta não é tarefa das mais fáceis como já dissemos e deve ser objeto de controle de todos, inclusive das escolas, que em alguns Estados, oferecem a disciplina no curso regular.
Um aspecto não menos importante é compreender que mesmo aqueles que estão com suas finanças pessoais em ruínas, devem fazer um esforço para que seus filhos não sigam o mesmo caminho, haja vista os prejuízos causados não somente e eles próprios como também à economia, engrossando a lista crescente dos inadimplentes, inclusive com restrição de crédito o que inviabiliza o atendimento dos seus anseios enquanto consumidores.
Portanto a educação financeira, seja ela doméstica ou escolar é fator imprescindível para a criação e manutenção de uma nova sociedade formada por consumidores mais conscientes sendo necessário, no entanto, que as instruções sejam passadas de geração em geração para que assim sejam formados novos multiplicadores de boas práticas em consumo e finanças pessoais.