Apesar de ter exportado em julho uma quantidade 21,2% superior a de igual mês do ano passado, a Bahia viu suas receitas com exportações caírem 10,2%, afetadas pela redução de preços dos seus principais produtos de exportação. As informações são da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento (Seplan).
Embora a alta do dólar ante o real tenha compensado parcialmente as empresas exportadoras, a queda maior que a esperada nos preços internacionais, de produtos como petróleo, soja, petroquímicos, minerais e celulose (que estão entre os itens mais exportados pelo estado) foi o principal fator que derrubou as vendas ao exterior.
A quantidade de derivados de petróleo embarcada para outros países, por exemplo, cresceu 109,2% em julho, mas a cotação do produto caiu praticamente pela metade.
Considerando todos os produtos exportados pela Bahia, a quantidade vendida no mês de julho cresceu 21,2%, mas os preços recuaram 26%. Ou seja, os exportadores baianos venderam mais, mas receberam menos dólares do que no mesmo período do ano passado.
No acumulado do ano, forçados a se ajustar à fraca demanda externa, aos preços mais baixos das commodities e ao reequilíbrio chinês, as exportações baianas recuaram 18,6% alcançando US$ 4,33 bilhões contra US$ 5,33 bilhões no mesmo período de 2014.
Além da cotação menor das commodities, pesou no ano a redução nos embarques de derivados de petróleo em 33,2% – devido à parada para manutenção de importante unidade produtiva na RLAM em fevereiro – e dos produtos químicos/petroquímicos, principalmente para os EUA, por conta do avanço da competição chinesa.
Para agravar o quadro, o comércio global ainda está fraco e alguns dos principais parceiros do estado vêm reduzindo as compras de produtos baianos. É o caso dos EUA, que reduziu as compras em 39% ante os sete primeiros meses do ano passado, da União Européia com -19,4% e o Mercosul com queda de 17%. A desaceleração econômica da China também vem diminuindo a demanda por matéria-prima não só baiana mas de todo o mundo, o que tem refletido na queda dos preços globais das commodities.
IMPORTAÇÕES
Sem a pressão das compras em grandes volumes de GNL (Gás Natural Liquefeito), utilizado em larga escala pelas usinas térmicas em 2015, as importações caíram 20,3% em julho comparadas a igual mês de 2014.
As compras externas recuaram em todas as categorias de uso com exceção dos bens intermediários, que por força das maiores importações de minério de cobre em 70%, ainda cresceram 4,6% no mês.
As importações em julho foram afetadas tanto pelos preços menores quanto pela queda na quantidade comprada. Entre os destaques está a redução de 47,5% no gasto com petróleo e derivados, 43,6% em fertilizantes e 24% em veículos de passageiros.
Nos sete primeiros meses do ano, as importações sob o reflexo das maiores compras de combustíveis no ano atingiram US$ 5,44 bilhões, com crescimento de 3,6% ante igual período do ano anterior. Excluídos os combustíveis, as importações registraram queda de 5,1%, reflexo da redução da atividade econômica, principalmente da indústria, que já encolheu 8,6% no primeiro semestre.