O mercado financeiro prevê mais inflação e expansão menor da economia brasileira neste ano, revelou o Banco Central nesta segunda-feira (14), por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus. O documento é fruto de pesquisa com mais de 100 instituições financeiras na última semana.
Os economistas dos bancos elevaram de 6,46% para 6,48% sua previsão para 2014 do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país e calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com isso, o valor permanece próximo do teto de 6,5% do sistema de metas de inflação para o ano. A previsão chegou a ultrapassar o teto em abril, mas depois recuou. Para 2015, a expectativa do mercado para o IPCA permaneceu estável em 6,10% na semana passada.
Pelo sistema que vigora atualmente no Brasil, a meta central tanto para 2014 quanto para 2015 é de 4,5%. Entretanto, há um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Desse modo, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.
Alta menor do PIB
Já a estimativa dos analistas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano recuou de 1,07% para 1,05%. Foi a sétima semana consecutiva de queda neste indicador. Para 2015, a previsão de alta do PIB ficou estável em 1,5%.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o crescimento da economia.
No fim de maio, o IBGE informou que a economia do país registrou expansão de 0,2% nos três primeiros meses de 2014, em relação ao quarto trimestre de 2013, com destaque para o bom desempenho da agropecuária.
O aumento do PIB do país previsto para 2014 pelo mercado financeiro continua abaixo do estimado no orçamento federal, de 2,5%, e também menor que a previsão divulgada pelo Banco Central na semana passada, de alta de 1,6%.
Taxa de juros
A previsão do mercado financeiro para a taxa básica de juros (Selic) da economia brasileira, por sua vez, foi mantida em 11% ao ano nesta semana – quando se reúne novamente o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. A estimativa é de que a taxa permaneça neste patamar até o fechamento de 2014.
No fim de maio, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central interrompeu um ciclo de nove altas consecutivas ao longo de 13 meses, mantendo a taxa em 11% ao ano. Para o fim de 2015, a previsão dos analistas para o juro básico da economia permaneceu em 12% ao ano.
Câmbio, balança comercial e investimentos estrangeiros
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2014 recuou de R$ 2,40 para R$ 2,39 por dólar. Para o término de 2015, a previsão dos analistas para a taxa de câmbio ficou estável em R$ 2,50 por dólar.
A projeção para o superávit da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2014 caiu de US$ 2,7 bilhões para US$ 2 bilhões na semana passada. Para 2015, a previsão de superávit comercial recuou de US$ 9,9 bilhões para US$ 9,4 bilhões.
Para este ano, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil permaneceu em US$ 60 bilhões. Para 2015, a estimativa dos analistas para o aporte de investimentos estrangeiros ficou estável em US$ 55 bilhões.