Uma desaceleração generalizada no índice que mede a inflação do consumidor de baixa renda permitiu que o resultado de julho fosse menor do que o observado em junho. Na esteira de passagens aéreas e roupas mais baratas e de alimentos e medicamentos subindo menos, o Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1) avançou 0,68% no mês passado. O alívio só não foi maior por causa das tarifas de energia elétrica.
Por outro lado, o índice acumula alta de 10,31% em 12 meses até o mês passado. É a primeira vez que a inflação percebida pelas famílias de baixa renda (com ganhos mensais até 2,5 salários mínimos) chega a dois dígitos. O resultado supera o índice de preços que vale para todas as famílias (até 33 salários mínimos), que sobe 9,61% no período.
Apenas no mês de julho, sete das oito classes de despesa componentes do índice perderam força, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). São elas: Despesas Diversas (2,36% para 0,16%), Vestuário (0,32% para -0,21%), Educação, Leitura e Recreação (0,77% para 0,03%), Alimentação (1,02% para 0,94%), Transportes (0,29% para 0,13%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,64% para 0,42%) e Comunicação (0,37% para 0,08%).
Nestes grupos, os destaques partiram dos itens jogo lotérico (29,26% para 0,00%), roupas (0,38% para -0,18%), passagem aérea (14,09% para -15,92%), alimentos prontos congelados (3,56% para 0,32%), tarifa de ônibus urbano (0,35% para 0,05%), medicamentos em geral (0,41% para 0,22%) e tarifa de telefone residencial (0,25% para -0,26%), respectivamente.
No sentido contrário, o grupo Habitação (0,97% para 1,18%) ganhou força, diante da tarifa de eletricidade residencial 3,80% mais cara em julho. Como esse item compromete uma fatia maior do gasto das famílias de baixa renda, o IPC-C1 mensal ficou acima da inflação sentida em média pelos brasileiros, que foi de 0,53% no mês passado.