No mês de novembro, o comércio varejista na Bahia registrou crescimento de 2,6% nas vendas, em relação a igual mês no ano de 2013, segundo informações da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na mesma análise, o cenário nacional apresentou tímido crescimento (1,0%). Quando comparada às demais unidades federativas, constatou-se que a taxa apresentada levou o estado baiano a ocupar a décima segunda posição, em termo de magnitude para o Indicador do Volume de Vendas no país. Na análise sazonal, o varejo na Bahia cresceu 2,6%, acima da taxa de outubro (0,3%). Esses dados foram apurados pelo IBGE e analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento.
O moderado crescimento no volume de negócios realizados na Bahia pode ser atribuído à base de comparação, uma vez que em igual mês do ano passado o setor cresceu 8,1%. Outros aspectos foram a queda na confiança dos consumidores e o endividamento das famílias, dada a conjuntura de alta nos juros e na inflação, a despeito da antecipação da parcela do décimo terceiro.
Em novembro de 2014, os dados do comércio varejista do estado da Bahia, quando comparados a novembro de 2013, revelaram que cinco dos oito ramos que compõem o Indicador do Volume de Vendas apresentaram resultados positivos. Listados pelo grau de magnitude das taxas em ordem decrescente, têm-se: Outros artigos de uso pessoal e doméstico (23,6%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (9,8%); Móveis e eletrodomésticos (2,5%); Livros, jornais, revistas e papelaria (1,9%); Combustíveis e lubrificantes (0,2%). Registraram comportamento negativo: Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,8%); Tecidos, vestuário e calçados (-1,4%), e Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-7,8%). No subgrupo de Super e hipermercados houve estabilidade nos negócios (0,3%). Já para os subgrupos de Móveis e o de Eletrodomésticos, os resultados apurados foram alternados. Enquanto o primeiro registrou decréscimo de 5,5%, o segundo cresceu 6,3%.
Em novembro, os segmentos de Outros artigos de uso pessoal e doméstico e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos continuaram impulsionando as vendas na Bahia. O primeiro, dado a característica do ramo em englobar artigos de menor valor agregado – como lojas de departamentos, ótica, joalheria, artigos esportivos, brinquedos –, teve as suas vendas impulsionadas pela antecipação do décimo terceiro salário para algumas categorias de trabalhadores, bem como a proximidade da comemoração do Natal, onde os consumidores anteciparam as compras, adquirindo, principalmente, enfeites natalinos. Enquanto o segundo se deu em função do comportamento dos preços dos produtos farmacêuticos em face da essencialidade dos produtos comercializados no ramo.
Já o desempenho negativo dos segmentos de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo contribuiu para que o comércio varejista apresentasse comportamento moderado nas vendas. O aumento de preços no grupo de alimentos e bebidas, em novembro de 2014, foi um dos fatores a considerar na determinação desse quadro. Segundo o Índice de Preços ao Consumidor de Salvador (IPC/SEI) houve nesse mês um crescimento de 0,95%. Outro aspecto a considerar foi que o desaquecimento do consumo nesse ramo também foi reflexo da baixa confiança e o elevado grau de endividamento dos consumidores.
Redução no Comércio Ampliado – O comércio varejista ampliado, que inclui o varejo e mais as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, apresentou em novembro decréscimo de 0,2% nas vendas. Nos últimos 12 meses a expansão no volume de negócios atingiu a taxa de 1,4%.
O segmento de Veículos, motos, partes e peças registrou variação negativa de 4,8% em relação a igual mês do ano anterior. Segundo informações do IBGE, a redução das vendas no segmento decorreu do menor ritmo na oferta de crédito e da restrição no orçamento das famílias, além da gradual retirada dos incentivos via redução do IPI e aumento das taxas de juros. Em relação ao segmento Material de Construção se observou recuo nas vendas de 8,5%, no mês de novembro, em relação ao mesmo mês do ano de 2013. Esse comportamento também pode ser atribuído à queda na confiança dos consumidores, bem como ao elevado grau de endividamento das famílias, já que são fatores que inibem a realização de reformas.